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Os Cães de Baskerville - Curiosidades

Retirado dos comentários em áudio gravados para o DVD da série e da transcrição da entrevista realizada durante screening do episódio, em ocasião do lançamento da série. Com Mark Gatiss, Steven Moffat, Benedict Cumberbatch, Russell Tovey e Sue Vertue. 



[Contém Spoilers]

Baixe os comentários em mp3 aqui.
Fonte da transcrição: Cumberbatch Web


Essa história já foi contada muitas vezes. É o romance mais filmado na história da literatura. Mark, quando você decidiu que era essa a história que você queria roteirizar?

MG -  O maior desafio foi esse porque essa é a história mais famosa de Sherlock Holmes e como você disse, a história mais filmada, então todos já viram uma versão dela. E parece que há muito mais momentos na história original que as pessoas conhecem e você fica sentindo que precisa honrá-los um pouco mais. É diferente, por assim dizer, de O Signo dos Quatro, que é uma história menos conhecida e você sente que pode tomar algumas liberdades mas tem algo em O Cão Dos Baskervilles, o sinal no Moor, os nomes dos personagens e coisas do tipo que são muito, muito empolgantes e você quer honrar esses momentos. Eu passei a chamá-lo de a Escrota não o Cão já que é uma história intratável.

SM - Quando a gente vê o livro, a razão para Doyle retirar Sherlock Holmes na maior parte da história é que se ele chegasse logo, ia dizer "ah, procurar um cachorrão não é tão difícil." Então atrasar a resolução e a ideia brilhante de Sherlock ver mesmo um cão e aí surgir um odor como se a solução estivesse nisso. Mas como um romance de mistério, "O cão dos Baskervilles" não funciona, na verdade. É mais uma história de fantasma mas fazê-la funcionar como um mistério foi monstruosamente difícil.

MG - É sempre frustrante quando você é criança e lê pensando que ele [Holmes] não aparece nessa história, então ter Sherlock dizendo "Eu não perderia isso por nada" foi energizante e empolgante.

Como vocês decidiram as histórias que iriam contar nessa temporada?

SM - Possivelmente porque tem sido um sucesso tão grande que todos estavam perguntando quando nós iríamos fazer o Cão, todos queriam Moriarty de volta e os que conheciam as histórias também perguntavam sobre Irene Adler. Então nós dissemos que poderíamos alimentar bem devagar essas histórias durante 12 anos e matá-lo no último episódio e seria bem mais empolgante. Brincadeira!


Sue, o cão é normalmente representado como um animal mesmo e sempre tem esse momento extremamente decepcionante quando um relutante buldogue é chutado na tela, mas aqui temos duas cosas e eu me pergunto que tipo de conversas vocês tiveram sobre como fazer essa criatura que é ao mesmo tempo uma metáfora e algo físico.

SV - Muitas, muitas conversas!


O bom de repetir uma história que já foi contada mais de 70 vezes é que a audiência sempre vai querer saber "como eles vão fazer esse maldito cão?". 

MG -  O bom é que Doyle trapaceia. Quando Watson vê um cão saindo da neblina, ele diz que há fogo saindo dos seus olhos e isso não é verdade. É só brilho em uma pintura escura mas a ideia foi nos pregar uma peça. Nós explicamos que há um cão, mas é só um cão selvagem.

SV - Ele seria um cão sem cabeça, mas nós percebemos que haveriam vários problemas com isso.

MG - Há uma lenda em Devon sobre um cão sem cabeça e eu achei interessante...

BC - Foi a primeira vez que eu vi [o episódio], então eu não sabia quando a revelação ia aparecer e o suspense é feito de uma forma maravilhosa porque é sempre a melhor coisa quando o monstro é mantido para o final já que você sabe que se trata de ficção e você se deixa levar mas depois precisa de uma justificativa e eu acho que o timming aqui foi crucial.


Eu estava me perguntando, o que aconteceu à baleia com aquele arpão?

MG - Era um porco. Eu queria uma abertura bem impressionante e estava no trem indo pra Cardiff e liguei pra Steven e disse "Eu acabei de reler A Aventura de Black Peter e já sei." Essa é uma história que raramente é feita. Não é uma história particularmente memorável mas tem uma abertura fantástica onde Sherlock volta de uma caminhada pelas ruas de Londres com seu arpão que ele tinha passado o dia todo enfiando em porcos porque um marinheiro tinha sido encontrado pendurado por um na parede e eu pensei "é isso, não é?"

SV- Foi uma das últimas coisas que a gente gravou. A primeira coisa que gravamos era ele saindo do chuveiro e filmamos essa [do arpão] quase 4 meses depois.

SM - Eu me lembro que nunca tinha sangue suficiente. Toda hora nós mandávamos Benedict voltar dizendo "mais sangue!"

Cena de Mycroft mandando SMS para Sherlock perguntando o que está havendo.

Steven: E agora nós temos o primeiro vislumbre do Diógenes Club
Russell: E quem é esse bonitão?
Mark: Essa é uma aparição ao estilo Hitchcock.
Steven: Agora, que nível de ego um escritor precisa ter para escrever uma parte sem falas para Mark Gatiss?! Sério!
Mark: Bem, bastante.
Steven: Isso é muito engraçado! Você tem uma fala no final, não tem, mas eu fiquei pensando, 'O que você está fazendo?!' Eu te dei um papel enorme!
Mark: Bem, eu não podia acompanhar isso!


Cena de Sherlock dirigindo

Steven: Não é engraçado? Nós passamos todo o tempo pensando 'Sherlock Holmes deveria dirigir?" e aí ele dirige mesmo.
Sue: Em parte porque descobrimos que Martin não dirige!
Mark: Naturalmente, o John deveria dirigir, e Martin não sabe, então foi assim "Bem, é tudo o que a gente pode fazer!"

As luzes que John vê na colina

Mark: E é claro, essa é uma referência à história original, com Seldon - o convicto - sinalizando.
Steven: E essa é a minha repaginada favorita de Doyle. O que nós fazemos com freqüência nessa série é pegar um elemento de Doyle e fazer algo levemente bobo ou com o desfecho errado, mas esse é engraçado.

Nesse episódio ele é um Sherlock bastante humano e tenta fazer as pazes com Watson e eu acho que não li isso nos livros. Você acha que se distanciou de Holmes?

MG -
 Não. É misericordioso. Ele teve que dizer "Eu não tenho amigos, só tenho um". Ele está dando algo ali mas, novamente, estamos falando da sua juventude. Precisou que Doyle chegasse quase a última história em "Os Três Garridebs" quando Watson leva um tiro e ele diz "se você tivesse machucado o meu Watson" e Watson diz "valeu cada momento ouvir isso." É bem tocante e belo mas ele se aproxima, eu acho, para demonstrar que não é uma máquina de calcular.

SV - Embora nessa temporada eu ache que Sherlock percebe que eles estão muito mais do mesmo lado.

MG - Eles compartilharam risadas e são um grande time e eles vivem aventuras juntos e ambos estão cientes de estar vivendo os melhores momentos das suas vidas. E o que está acontecendo é que Sherlock fica repetindo "Isso pegou mal?". Ele está aprendendo de uma forma amigável, eu acho. Ele está tentando colocar as antenas no mundo "É isso o que eu faço?", "Se eu entrar em um ônibus agora, como devo me comportar?"




Sobre um incidente em um dos dias de filmagem

Sue: Nós voltamos umas cinco horas da manhã ou algo assim ao hotel e...
Mark: Não pudemos entrar.
Steven: Alguma besta completa...
Sue: ...que descobrimos ter sido Benedict...
Steven: ...acidentalmente...sim, era isso que eu ia dizer! Acidentalmente trancou vocês do lado de fora, sem cama nem café da manhã.
Mark: Bem, essa foi a explicação oficial.
Russell: Sim, a gente estava sentado batendo papo naquela noite, bebendo. Ficamos meio confusos, porque o cara disse 'Deixem a chave' ou 'Não deixem a chave' e nenhum dos nós conseguiu entender direito e eu disse "a gente devia trancar."
Steve: Acho que vocês deviam estar muito bêbados pra perceber!
Sue: Nós devemos trancar em caso de alguém tentar entrar!
Russell: Pareceu estranho sair e deixar aberto, com as coisas todas lá.
Sue: Mas isso foi na hora do...você passa a noite toda acordada; você pensa, 'Ai, mal posso esperar pra cair na cama', e você consegue ver sua cama mas não pode chegar nela.
Steven: E uns cantos estridentes vindo de dentro.
Sue: Então nós deitamos no carro.
Steven: É assim que nós chamamos hoje em dia?

Mark explica que a locação para Dewe's Hollow é uma formação natural, presumivelmente causada pela água. Parece erosão costeira mas é interna. Ele comenta o quão perigoso é lá. A equipe marcou o chão para deixar as bordas visíveis mas Russell acha que qualquer um poderia estar andando por ali e não ver até ter caído. Sue disse que foi um pesadelo conseguir iluminar ali dentro. Colocaram uma das câmeras presa a um fio.


Cena de Henry aterrorizado com o jardim

Steven: Esta é...preciso dizer duas coisas: uma cena linda filmada por Paul McGuigan, incrível mesmo; mas foi uma ideia aterrorizante completamente nova de Mark Gatiss. Eu me lembro de ler e pensar, 'Isso é novo! A luz de segurança surgindo e tendo algo ali fora - isso é absolutamente novo! Estou lendo uma nova coisa assustadora!
Mark: Quando eu escrevo na minha casa, a luz de segurança parece excêntrica...
Sue (enquanto Henry fecha a janela e algo pula nela): Isso me faz pular toda vez.
Mark: ...e[minha luz de segurança] surge do nada e você fiz, "Ei, o que - algo deve ter causado isso. Provavelmente um esquilo.
Russell: Eu amo essa música que toca. Fica ótima pra eu mostrando o gatilho.
Mark: Você se lembra, Russ, eu te contei...
Russell: Contou, sim! Você estava sentado atrás da ilha da cozinha. Você estava sentado lá...
Mark: ...eternamente, até que eventualmente eu fui em direção ao palco porque pensei...
Russell: ..."ele está com ela [a arma] agora!"
Mark: Isso. "Ele levanta do sofá. Ele pega a arma. Ele está apavorado."

Cena da aparição do Inspetor Lestrade

Mark: "Viva! É o Rupert! (Fazendo sotaque americano) É Rupert Graves!
Russell: Bronzearam ele ou ele já estava assim?
Mark: Ele tinha acabado de voltar de Guadeloupe e foi impossível ignorar...
Russell: Estava filmando Death in Paradise, não?
Sue: ...então nós dissemos, "Escreva isso!"
Russel: ah tá, então você escreveu por causa do bronzeado!
Mark: E eu tentei deixar mais canônico porque Sherlock diz "você está moreno como uma noz", que é o que Stamford diz sobre Watson...
Steve: Em Um Estudo em Vermelho
mark: Lestrade aparece bem brevemente na história original. Ano passado nós pensamos em ter um inspetor diferente no segundo episódio, pra variar um pouco, mas começamos a perceber como era ótimo ter um time; e a ideia de ele ter sido mandado por Mycroft para espionar Sherlock, de algum forma funciona com ele.
Steven: Antes de tudo, nós não queríamos que fosse o mesmo inspetor, porque nem sempre seria o mesmo policial, mas uma vez que apareceu essa ideia, eles fazem parecer certo que seria por Sherlock precisar ser tratado com tato. E por Rupert ser tão bom, e um homem de liderança que faz você pensar que existe uma outra série por aí chamada Lestrade...onde ele soluciona crimes sem sucesso, e diz pra sua esposa "eu não consegui resolver de novo; foi um vexame!"
Mark: Passará nas noites de segunda.


A cena de John trancado no laboratório

Mark: Agora é a segunda sequência de grande suspensa e foi originalmente escrita...lá vamos nós, é uma longa história! É pra isso que servem os comentários de DVD! Foi originalmente escrita para acontecer em um frigorífico fechado, e tinha a ver com o axioma entre vegetarianismo/carne - eles iriam a esse lugar investigar o fato do pub comprar carne. Mas foi uma questão de querer...eu pensei, 'acho que nunca vi isso antes' e Sherlock está fazendo um experimento com ele, então ele queria colocar John em um lugar e observá-lo. Nós fomos ver um frigorífico em Bristol e...
Sue: era muito frio, né?!
Mark: Lembra que falaram 'entra ali um segundo' e foi tipo aquela história de Edgar Allan Poe onde você cai numa piada e eles trancam a porta. Era um ultra, ultra frio, congelante. Nunca tinha tido uma experiência daquela. Você chega na soleira da porta e vai...(ele faz um ruído de choque) e sai voando pra fora. Mas nós passamos por tudo isso e fomos ver o segundo. Foi quando nos disseram que levaria 24 horas pra congelar e teríamos que pagar por uma semana!
Sue: E nós queríamos mostrar a respiração...
Mark:...e não ia aparecer. Era tão frio que não aparece. É como a Antártida - você tem que colocar umidade no ar para aparecer. E aí nós pensamos 'será que não devemos fazer em outro lugar?'
Sue: Isso e também a luz. Foi ideia de Paul deixar a luz mais assustadora que...
Mark:...que a escuridão. Sim. E o silêncio também. Vamos fazer um momento de silêncio. 
(Eles ficam em silêncio durante vários segundos)
Russel: Naahhh, não está funcionando.

Sue: Isso foi filmado bem mais tarde, no estúdio.
Mark: Na mesma noite do guarda-roupa de Lara.

Mark: Acho que o Martin está fantástico nessa cena. E, de novo, interpretando um homem bastante prático e racional que está morrendo de medo e não entende direito porque. E usar o telefone...nós tínhamos uma pequena luz, mas a maior parte da luz veio do celular mesmo.

Mark: O que me deixa muito satisfeito é o quão assustadora essa cena é. Essa é a história mais assustadora de Sherlock Holmes - embora o horror esteja em uma grande parte delas...E tinha aquela bobeira com o coelho! Mas também é verdade! Nas minhas pesquisas, eu descobri que um cientista e um artista colaboraram pra fazer coelhos brilharem no escuro - só pra se divertir!
Russell: E funcionou?
Mark: Sim! É um gene de água-viva.


Você foi o primeiro Sherlock Holmes na tela a acreditar que essa criatura existia e a ter seu racionalismo balançado.

BC - Eu acho que ele precisava ser arrastado a isso, ou drogado, porque ele está lá, ele está no caso, então como poderia...A descoberta do monstro ou da criatura é o que Sherlock está buscando. Ele teria procurado pelo enorme cão pelas redondezas, então o fato dele der sido levado a vê-lo cedo é um subproduto dele já ter se envolvido.

Parece se adequar ao seu personagem já que você é um dos Holmes mais febris e neuróticos em quase 100 anos.

BC -
  Ah, eu não sei, eu acho que todos eles tem seu lado paranóico e suas idiossincrasias e seu uso de drogas psicotrópicas.É possível, é possível. Ele também é jovem.

MG -  Nós conversamos sobre isso. Uma das melhores coisas de eles terem começado jovens é que ainda não estão totalmente formados. Este não é Sherlock Holmes aos 55 anos, que já tem sua visão de mundo absolutamente definitiva. Ele ainda é capaz de se ver desafiado ou balançado, então durante essas três histórias [da segunda temporada] nós quisemos fazer Shelrock e o amor, Sherlock e o medo, Sherlock e a morte e é assim que nós as descrevemos.

E as técnicas de dedução, Benedict? 

BC - (...) Há muito sobre ele nisso. Não estamos apenas sentados nos maravilhando com ele falando rápido. O fato de na cena do pu, ele estar ficando completamente arruinado e se desatando completamente é por ele ainda estar sofrendo os efeitos das drogas e ele não quer acreditar não ser mais quem era antes de chegar ao Hollow. Acho que as deduções inteligentes tem um propósito dramático muito além  de só mostrar a extraordinária habilidade que ele tem em descortinar o que se mostra não ser nada.

MG - Aquela dedução em particular ele usa como uma arma. Ele está provando seu valor. Ele tem a chance de fazer uma enorme dedução, mas com uma base diferente.

SM - Foi um desafio fazer aquela porque nós pensávamos em como fazer uma dedução dramaticamente interessante naquele momento. A cena iria parar só para ele fazer seu truque? E você [Mark] veio com a ideia brilhante dele fazer a dedução para provar que ainda estava são e eu acho que é um dos melhores momentos.


Ele precisava provar que era Sherlock Holmes. Seus poderes de dedução aumentaram?

BC - A gente fica bom nisso. Quando você está gravando a série, seu cérebro se volta pra isso. Porque sua mente se eleva ao ficar nesse estado de alerta.

Quando começam a escrever as deduções, de onde vocês partem?

SM -
 Você começa pelo que quer deduzir e aí arruma um jeito de fazer funcionar e o que é maravilhoso em Sherlock Holmes é que ele nunca está errado. Quando você tenta fazer na vida real e diz "eu vejo que você veio de ônibus", eles dizem, "eu não, esse bilhete é de outra pessoa!". As deduções são muito divertidas de fazer e o bom é que você pode fazê-las soar mais persuasivas do que realmente seriam. Eu me lembro daquela da bicicleta, que me convenceu totalmente quando li. Eu me lembro de ter achado muito inteligente "você pode dizer em que direção ele está indo porque a roda traseira se sobrepôs à da frente". Depois um cara escreveu que a roda traseira está atrás da roda dianteira, então sempre irá passar por ela. Mas eu tinha ficado completamente convencido. Então o truque é apresentá-las do ponto de vista do Benedict também.

Eu achei que foi uma referência bem legal ao "Carbúnculo Azul" a aposta de £50 de Sherlock e seu sei que você tuitou há um tempo que gostaria de fazer um especial de Natal baseado em O Carbúnculo Azul e me pergunto quais as chances de isso acontecer? 

MG - Vale dizer que eu ando dizendo muito isso porque as pessoas ficam perguntando se nós podemos fazer dez episódios por ano. Então a menos que alguém possa inventar novos meses entre Março e Abril, eu honestamente não acho que podemos fazer mais de 3 a cada 18 meses e no momento não temos planos de fazer um especial de Natal. Mas o Carbúnculo Azul é uma excelente história e tenho certeza que facilmente daria base pra uma maior. Seria ótimo fazer uma história de Natal.


Palácio Mental

Mark Gatiss: Isso surgiu porque eu me lembro de estar em meio a uma crise absoluta de intratabilidade, eu disse "Mas ele precisa descobrir o que é, mas não pode vir com isso do nada. E agora?" e você [Moffat] disse, "Por que a gente não faz um Palácio Mental?" Porque nós dois lemos os livros de Derren Brown.
Russell: O que? o Palácio Mental não é coisa de Conan Doyle?
Steven: Não,não. É uma ideia bem interessante. Sobre como você armazena informação no seu cérebro.
Mark: Hannibal Lecter faz isso, e é uma ideia que existe de verdade.
Russell: Vocês já fizeram?
Steven: Não, eu sou muto burro pra isso.
Mark: Mas é uma técnica real.


Cena final

Steven: O final seria diferente. Originalmente, você escreveu como se Jim Moriarty estivesse indo para a Torre de Londres. E aí nós percebemos que o tempo não era o ideal para começar com o roteiro de Steven Thompson que começa consideravelmente logo depois.
Mark: E acabou se tornando um arremesso para Escândalo - a ideia de que foi Mycroft que o levou ali...é isso que acontece quando você faz histórias de trás pra frente. Mas às vezes pode funcionar muito bem porque você tem bagagem para o arco da história.
Steven: Você tem razão: Eu tenho ajudado muito ao sempre atrasar meus roteiros!
Mark: Abençoado seja por isso!
Steven: Sim. Se não fosse por mim, hein?

Mark: Fãs dos fatos, é verdade o que ele diz sobre alucinógenos, particularmente os usados em aerosol - você ficará perfeitamente bem e irá excreta-los por qualquer meio - normalmente suor - em aproximadamente 24 horas. Então eles não ficarão afetados permanentemente por essa droga inventada!
Steven: Isso é reconfortante!



A maior aparição de Martin na tela em "O  Cão de Baskerville" foi pra compensar a aparente falta dele em "Escândalo"?

SM -
 Não necessariamente.Isso tem a ver com a demanda da história e da cena. Em Escândalo, eu não conseguia fazer funcionar a cena de Sherlock encontrando Irene pela primeira vez sem John estar presente. Eu escrevi várias vezes e não funcionou porque era uma cena de encontro entre duas criaturas exóticas e extraordinárias e era como assistir a um encontro em outro planeta, você precisava de John para ancorar. Ao mesmo tempo, no fim do episódio há um período onde John desaparece por um tempo e isso acontece quando Sherlock está mais vulnerável quando ele percebe que ele ferrou tudo e Irene o enganara o tempo todo. E você precisa tirar John dessas cenas porque levar o braço-direito de Sherlock o deixa vulnerável. Você pensa, "Ih, ele pode perder agora." Então isso tem mesmo a ver com o momento. E na verdade, uma das cenas mais comentadas em Escândalo é aquela entre John e Irene quando os dois se encontram no meio do episódio, então isso tem a ver com a demanda do momento.


Há muito tempo pra ensaiar?

BC -
Temos 2 ou 3 dias de ensaios, o que é bem raro na televisão.

MG - É bem raro na televisão, então qualquer tempo é válido.

SV - Vocês usam o ensaio mais pra falar em geral do que fazer cenas específicas.

BC - É, nós fizemos minha cena em Escândalo e algumas outras.

MG - Mas é claro que você pode ensaiar uma cena. Pega por exemplo a cena entre Irene, Sherlock e Mycroft, no final de Escândalo, que nós ensaiamos e aí fomos para a locação e tivemos que refazer umas três vezes. Nós filmamos o principal às 5 da manhã e tudo tinha mudado por causa da locação. Então eu acho que é mais importante fazer uma cena pra poder saber onde se encaixa nela, mas do que ficar dizendo "Eu definitivamente vou ficar aqui ou parar ali"




Saiba mais sobre Os Cães de Baskerville

Detalhes e Fotos

Livro escolar baseado no roteiro de Mark Gatiss. Veja imagens aqui


2 comentários:

  1. No final do episódio quando ele diz que tem que conversar com um homem a respeito de um cão, eu não entendi muito bem o que eles tentaram passar naquela cena. O que seria?

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  2. Se refere ao cão que os proprietários do hotel tinham mantido em segredo e foram desvendados por John e interrogados por Lestrade.

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