The Game Is On: Elenco de Sherlock se reúne para falar sobre a série
Foto: London Lesbian & Gay Switchboard |
Ian Hallard, cônjuge de Gatiss (e advogado de Moriarty em "A Queda de Reichenbach"), foi o primeiro a aparecer no
palco, explicando ao público sobre como o dinheiro arrecadado para a doação
seria empregado. Lamentou a ausência de Andrew Scott (Moriarty), que havia
respondido antecipadamente algumas perguntas feitas por fãs e que as respostas
seriam lidas durante o evento. Ian também falou que Una Stubbs (Mrs. Hudson)
também precisou faltar. “Não seria melhor voltar para casa?”, brincou, antes de
anunciar que havia mais um que não poderia comparecer: Martin Freeman. Mas esse
foi só brincadeira.
Logo depois, Mark Gatiss - anfitrião do evento – apareceu e
assegurou que interpretaria Una durante a segunda parte.
Steven Moffat e Sue Vertue foram os primeiros a serem
entrevistados por Gattis, que fazia perguntas feitas pelos fãs. A primeira
tinha a ver com o subtexto homoerótico entre Sherlock e John – pensava-se que
era Mark quem inventava essas piadas, mas na verdade é o próprio Steve. Isso
começou no episódio Piloto, em que a cena do restaurante precisava ser esticada
e Steven teve a ideia do provável encontro. Mark diz ter avisado que “Eles [os
fãs] só vão falar sobre isso!”.
Mark falou que a amizade entre Sherlock e John é tão forte
que é muito engraçado verem todos confundindo isso com algo a mais. Steven
acrescentou que o mesmo acontece quando se trata de Irene Adler: "por que tudo
precisa envolver sexo? É fascinação que Sherlock e Irene sentem pelo outro, não
desejo. Certamente há uma história de amor entre essas duas duplas, mas não
necessariamente um amor romântico", disse ele. Ele disse também que um relacionamento amoroso com
Sherlock seria muito frustrante. Mark discutiu como eles seguiram as pegadas do filme "A Vida privada de Sherlock Holmes" que também contém fortes entrelinhas deste tipo mostrando que no contexto moderno de hoje é óbvio que quando dois solteirões moram juntos as pessoas assumem que estão em um relacionamento. Ele ainda colocou que nas piadas do programa sobre Sherlock e John serem um casal não há nenhuma tentativa de deixar pejorativo o conceito de ser gay. Steven comentou também que Sherlock e John vivem em um mundo de boa natureza onde todos apreciam que eles estejam juntos.
Outro assunto comentado foi o fenômeno instantâneo que a
série se tornou e como todos se surpreenderam com o sucesso. Steven falou que
todos ficariam felizes com a produção mesmo se o único prêmio que tivessem
ganhado viesse de alguma rede polonesa de televisão – “não que tenha algo de
ruim nisso” – e que ninguém previa que Benedict Cumberbatch, ‘aquele cara que
ninguém lembrava com um nome engraçado’, viraria um ídolo tão famoso.
Perguntaram à Sue se muitas pessoas pediam para aparecer em
“Sherlock” e como ela se sentia agora que o seriado era ótimo para “revelar pessoas”. Ela riu e confirmou que muita gente aparece falando que deseja
atuar na série (geralmente como vilão) e que muitos também pedem ajuda para
serem contratados por Moffat para “Doctor Who”. Sue também comentou como é
muito mais divertido descobrir uma estrela do que contratar uma, e que houve
gente dizendo “Eu queria ter descoberto Andrew Scott!!”.
Um fã americano mandou uma pergunta sobre a possibilidade de
acelerarem a estreia da terceira temporada nos Estados Unidos, já que a espera
de meses para assistir à segunda foi dolorosa. Mark mencionou solucionar o
problema com downloads ilegais, e Sue disse que eles sabem do problema e que tentarão
melhorar esse detalhe.
Em uma conversa sobre o passado dos irmãos Holmes, revelaram que havia sido planejado aparecer algo do tipo no episódio “O Grande Jogo”. Os dois
teriam tido uma discussão feia quando um Sherlock criança descobriu que o pai
estava traindo a mãe, e a estabilidade da família foi abalada. Porém, como esse
material foi totalmente inventado por Mark e Steven, decidiram cortá-lo da
versão final. Ainda assim, há algumas indicações sobre a solidão de Sherlock em
outros episódios – como os cartões de natal sob a lareira de 221B Baker Street.
Todos, menos um, são endereçados para John.
Perguntaram sobre a duração do programa. Depois de
provocarem a plateia discutindo se Sherlock conseguiria sobreviver no final da
terceira temporada, Sue confirmou que eles continuariam produzindo enquanto o
grupo continuasse feliz trabalhando na série. Mark comentou que gostaria de ver
os personagens chegando aos cinquenta anos, similar ao que aconteceu enquanto
Rathbone era Sherlock Holmes.
A próxima a chegar foi Louise Brealey (Molly), a quem
fizeram perguntas sobre como ela se sentia ao estar em cena com três atores
tão lindos (que seriam Benedict, Martin e Andrew – Mark aparentemente esperava
mais alguém na lista) e o que passava pela sua cabeça ao saber que era um
modelo para muitas garotas.
Louise também falou sobre como era trabalhar às quatro horas
da manhã num necrotério, entre potes com cérebros e pedaços de cartilagem
enchendo as pias. Quando pediram à ela para falar dos momentos engraçados nas
gravações, ela não conseguiu responder e Mark falou por ela: “Absolutamente
nada!”.
Rupert Graves (Lestrade) chegou depois, animado por
finalmente poder comparecer a algo relacionado a “Sherlock”. Ele falou que
não pretende atuar em peças por causa de seus cinco filhos e comentou um pouco
sobre sua carreira no circo, iniciada ainda adolescente quando virou aprendiz
de palhaço. Mark também perguntou a ele o que Lestrade tinha levado ao programa e ele sugeriu "Ofuscar os outros?".
Foi perguntado, entre vários gritinhos da plateia, se ele
sabia que muitos fãs gostavam da ideia de ver Lestrade e Mycroft como um casal –
ainda que os dois personagens não tenham dividido nenhuma cena juntos. Rupert
morreu de rir e disse que adorou a ideia. Ele não sabe de nada que acontece no ‘fandom’
da série, e muitas coisas tiveram que ser explicadas a ele durante o evento.
Quando Martin Freeman finalmente apareceu no palco todo
mundo aplaudiu loucamente. “Eu acho que eles gostam de você”, disse Mark. Em sua
entrevista, Martin admitiu que antes de "Sherlock", sabia pouquíssimo sobre o detetive de Conan Doyle
– nem sabia que o primeiro nome de Watson era John – mas não gostava
da ideia de uma adaptação moderna dos contos. Bom, assim pensava até se
encantar com o roteiro, "já estava convencido na página três". Fez algumas pesquisas para entender melhor o seu papel,
chegando até a conversar com um médico do exército.
“O Hobbit: Uma Jornada Inesperada” também foi assunto de
conversa. Martin disse que está um pouco preocupado com a fama que o filme pode trazer e espera que ela não atrapalhe sua vida pessoal. Também comentou que o
filme está maravilhoso, ainda que só tenha visto alguns pedaços. “Você só viu
as primeiras dez horas, não é?” perguntou Mark. “Pois é – nesse ponto eles
ainda estão em Bolsão”.
Mais tarde, chegou a hora da plateia sugerir perguntas para
os convidados. Pediram dicas sobre o que esperar de Sebastian Moran, um
personagem tão aguardado que ainda não apareceu na série. “Não apareceu mesmo?”,
disse Mark com um sorrisinho. Perguntaram sobre como pretendem trazê-lo para o seriado,
e Mark novamente falou, “Não posso dizer mais nada ou vou estragar a surpresa!”.
“Ou a falta de uma surpresa”, acrescentou Steven. Nada foi dito sobre o encontro entre Sherlock e John, embora Martin, tenha dito que gostaria que um soco estivesse envolvido de alguma maneira...
Continua na Parte II, aqui.
Continua na Parte II, aqui.
Nosso apanhado foi feito com base nas informações das resenhas dos seguintes sites:
Cumberbatch Web, aqui
Sherlockology, aqui
Groovy Hedgehog, aqui
Ariane Devere, aqui
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