Um passeio pelas locações de Sherlock em Londres
Como prometido, Karla
Kizem, nossa
correspondente para assuntos Sherlockianos em Londres, visitou algumas das locações de Sherlock durante sua estadia por lá e contou pra gente como foi!
Ela também escreveu sobre suas experiências durante a viagem em seu blog "Divagações
e Reclamações", que vocês podem (e devem!) ler aqui.
Fotos: Karla Kizem
Lembro
que bem antes do meu intercâmbio para Londres, fiz uma pequena lista
com todas as locações de Sherlock que gostaria de visitar enquanto
estivesse por lá. Isso foi antes de perceber que a própria
cidade era a verdadeira locação – o imenso e dissonante cenário
que compõe a série. Falou de Sherlock, falou de Londres, e
vice-versa.
O
mais incrível de morar lá era poder viver a rotina dos personagens
sem alarde algum: todo dia passar pela estação Baker Street, jantar
em Chinatown, sei lá, quebrar o pé e ser atendido em St. Barts,
essas pequenas coisas que os fãs ingleses também fazem todos os
dias e até agora não entendi como que para eles não é grande
coisa. Afinal, Londres é um sonho. Um sonho meio sujo, apressado,
solitário, mas ainda assim uma das cidades (se não a cidade) com
maior teor histórico e diversidade cultural do mundo. É
como diz um famoso provérbio de lá: “If a man is tired of London,
he is tired of life, for there is in London all that life can
afford” ["Se um homem está cansado de Londres, ele está cansado da vida, pois há em Londres tudo o que a vida pode suportar" em tradução livre].
Visitei
Baker Street várias vezes, muitas por necessidade mesmo, e não
conseguia parar de pensar no caminho que o John percorre do metrô
para casa depois do trabalho, ou no parque em que eu sempre leio em
fics que ele vai passear quando está de saco cheio do Sherlock. O
museu do Sherlock Holmes, como dito anteriormente em outro post para o Sherlock Brasil,
fica por lá, mas não me lembro de ter visto alguém morando de
verdade naquela rua. Ao lado do museu, existe uma livraria de nome
“Mrs. Hudson’s” e que fez fama à custa do nome Sherlock
Holmes. Aliás, percebi que todo mundo lá foi esperto e deu o nome
de sua loja relacionado a algo sobre o detetive.
O
Museu Sherlock Holmes e ao lado a livraria Hudson’s.
![]() |
Foto: Sherlock DE |
O
que é também (mais ou menos) o caso da lanchonete Speedy’s, a
poucos minutos da estação Euston, que é, pra ser sincera, um lugar
pequeno e pouco variado, cuja única referência a Sherlock
encontra-se em uma parede, em que o dono do lugar permitiu que fossem
expostas algumas fotos das gravações. O caixa de lá ficou
emburrado quando mencionei a série. Mas, honestamente, pelo
quê eles acham que as pessoas
vão lá para comer? Pelo bom atendimento?
O
mais engraçado foi quando resolvi tirar uma foto batendo na porta do
pseudo-221B, ingenuamente ignorando o fato de que pessoas
moram naquela casa. Segundos
depois, uma mulher saiu pela porta da casa ao lado, o que foi um
susto, mas sem maiores inconvenientes. O pessoal que passa nem pisca
mais quando veem gente estranha gritando e apontando e tirando fotos
de uma casa nada fora do ordinário, o que deveria ser preocupante,
mas na verdade, é muito legal ver Sherlock e seus atores ganhando
fama de proporções mundiais.
A
lanchonete Speedy’s.
Outras
locações fáceis são Picadilly Circus, uma espécie de Times
Square britânica, onde também podemos encontrar Chinatown, tema de
The Blind Banker, e comprar em qualquer lojinha aleatória um gato da
sorte que nem o John. Ah, Picadilly também está na abertura da
série.
Chinatown:
um pedaço da China em Londres.
St.
Barts, o hospital de onde o Sherlock pulou, tem uma vista linda da
catedral de St. Paul e também é bastante visitado pelos fãs da
série. No dia em que fui lá, aparentemente houve uma gravação de
um “filme” sobre Sherlock organizado por um povo do Twitter, mas
infelizmente não vi nada acontecendo. Devo ter chegado atrasada.
Pelo lado positivo, encontrei várias cabines telefônicas decoradas
com bilhetes e fanarts com mensagens de apoio à causa “I Believe
in Sherlock Holmes” e quase deixei a minha também – se eu
tivesse achado minha caneta.
![](https://fbcdn-sphotos-h-a.akamaihd.net/hphotos-ak-prn1/537052_413249532096546_604841841_n.jpg)
![](https://fbcdn-sphotos-b-a.akamaihd.net/hphotos-ak-ash4/317046_413249592096540_1559215457_n.jpg)
![](https://fbcdn-sphotos-g-a.akamaihd.net/hphotos-ak-ash3/542307_413249862096513_1768100104_n.jpg)
Clique para ampliar
A
icônica Scotland Yard também fica na área nobre da cidade. Gostava
muito de abrir o jornal e ler algum crime, seguido por um “e a
Scotland Yard está no momento investigando o caso”, e pensar em
quem seria o Sherlock da vez.
A
Torre de Londres, de onde Moriarty “roubou” a coroa da rainha, é
meu passeio turístico preferido. A exposição das joias da família
real de fato existe, e sim, é um trabalhão passar pela segurança,
o que mostra o quão genial nosso Jim do TI era.
A
surpresa mesmo foi no último dia, já a caminho do aeroporto, quando
passei por uma construção conhecida, que logo associei à A Scandal
in Belgravia como o lugar onde Irene Adler se revelou viva a John.
Era a Battersea Power Station, uma usina termelétrica desativada em
1983, e que hoje só serve para turismo mesmo. Só não consegui
tirar fotos porque o carro estava em movimento, mas foi uma vista
espetacular: aquele dia estava claro e ensolarado, uma raridade em
Londres.
O
curioso edifício Gherkin visto da Torre de Londres.
Outras
locações, como a piscina de The Great Game e Dartmoor, região
visitada pela dupla em The Hounds of Baskerville, ficavam longe
demais para uma fã menor de idade ir visitar, especialmente uma que
não tinha outros amigos fãs de Sherlock por perto, mas que fez
questão de infectar todos que podia – de muitas nacionalidades
diferentes – até o final da viagem.
Viver
em Londres é conhecer as peculiaridades do mundo todo; é estar em
todos os lugares sem sair do centro; é respirar história, cultura,
fumaça, muita fumaça. Morar em Londres é “ver o campo de
batalha”, como perfeitamente descreveu Mycroft Holmes. É
consequentemente, respirar o mesmo ar que Sherlock respira. E isso
por si só já vale a pena.
Eu
não podia perder a oportunidade.
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