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Smiley face
Convidado a participar de um dos maiores eventos de produção de conteúdo audiovisual da América Latina, Mark Gatiss ficou destinado ao último dia para o painel "British Drama: Criação de série de TV" às 16h no Hotel Windsor, Barra da Tijuca.

Em formato de entrevista, mediado pela jornalista do Globo Livia Brandão e pelo diretor Claudio Botelho, o painel começou com pontualidade britânica e Gatiss já chegou bem humorado, sorrindo para a sala com lotação esgotada, corrigindo Livia que pronunciara seu nome como "Gátiss".


Antes de sua entrada, foram exibidos pequenos vídeos de Doctor Who e Sherlock, e serviram de gancho para que Gatiss comentasse sobre a responsabilidade de estar à frente de duas grandes produções com peso histórico, creditando a Doctor Who a vantagem de estar sempre se reciclando: "O Doctor é como a Madonna, ambos têm 50 anos e estão sempre se renovando", brincou.

Sobre Sherlock, Gatiss mais uma vez contou que inicialmente o projeto era fazer seis episódios de uma hora de duração para a primeira temporada e que a BBC aceitou de pronto a ideia de modernizar Sherlock Holmes, tendo como única exigência que mudassem o formato para três episódios mais longos, como mini-filmes de uma hora e meia de duração - formato que havia sido bem sucedido com outra série do grupo, Wallander.

Claudio Botelho levantou a questão da modernidade e da atualidade em Sherlock, perguntando a Gatiss se veríamos um dia temas atuais como crimes ou atentados reais por exemplo, serem abordados na série.  Gatiss respondeu dizendo que Sherlock já é bastante atual e usou como exemplo o vilão de "His Last Vow", o barão da mídia Charles Augustus Magnussen, interpretado por Lars Mikkelsen, pontuando que não havia nada mais atual que sua fala "eu não preciso de provas, eu sou dono dos jornais", fazendo a plateia rir. Ainda sobre modernidade, Gatiss também falou sobre a alta qualidade das séries atuais como "House of Cards" (comentando que assistiu a cinco episódios de uma só vez) e "Looking", embora "esta última seja tão moderna que logo ficará datada." Segundo Gatiss, a tendência é que recursos como o das mensagens de texto que aparecerem na tela, utilizado na série da Netflix tenderá a ficar mais popular. "Mas nós fizemos primeiro!", brincou ele.


Comentando sobre a mudança na carreira de Gatiss, que começou fazendo comédia e hoje atua mais no drama, os mediadores perguntaram qual a diferença entre cada um dos gêneros, ao que Gatiss soltou: "as piadas [risos]". Em seguida, comentou não gostar tanto de fazer dramas muito sérios, sem um alívio cômico. Ele deu exemplo de "O Homem de Aço", que assistiu durante o voo para o Rio ("eu tenho visto muitas coisas ultimamente [risos]"), como um filme o tempo todo muito sério e que prefere colocar algum humor nas coisas que faz, lembrando que tanto Sherlock quanto Doctor Who são recheados de humor. Para ele, o segredo do bom drama é conseguir um equilíbrio entre as luzes e as sombras, sem perder a qualidade.

Falando em Doctor Who, Livia Brandão perguntou se algum dia veríamos um encontro entre Sherlock e o Doutor. Com uma expressão de "que ideia!", Gatiss prontamente respondeu que não, por se tratarem de dois universos distintos. Botelho ainda aproveitou para perguntar se eles pensavam em viajar com Sherlock para outros países; se haveria a possibilidade de algum dia Sherlock vir resolver algum caso no Rio, por exemplo. Gatiss respondeu que não: "Sherlock no Rio? Não tem como, quero dizer...o que ele iria vestir?!", emendando com a história sobre as gravações da segunda temporada feitas no verão inglês ("estava calor, mas o calor britânico não o calor daqui") e que foi muito difícil para Benedict filmar vestindo o casaco. "Sherlock precisaria usar roupas claras e sem o casaco ele pareceria bobo".

Ainda com um pouco de tempo e o assunto parecendo esmorecer, Gatiss tomou a iniciativa de perguntar se a plateia não poderia fazer perguntas. Logo uma senhora gritou "Eu tenho uma pergunta!", se levantou e começou a falar em inglês muito alto e muito rápido, antes que a produção lhe conseguisse um microfone. Empolgada, ela parecia estar tentando imitar a maneira como Benedict fala em Sherlock e a única coisa que consegui compreender da sua longa pergunta (já entre risos e comentários de 'a tia ficou louca' da plateia ao meu redor) foi se não era muito difícil Benedict fazer as falas de maneira tão veloz e, sendo, como eles conseguiam fazer para gravá-las. Quando terminou, Gatiss brincou "próxima pergunta!" e continuou a piada com "é por isso que demoram dois anos". Mas confirmou que era bastante difícil para Benedict sim, mas que ele treinava bastante e eles geralmente conseguiam fazer as falas em alguns takes.

 

Talvez mais pessoas do público tivessem conseguido fazer perguntas se esta não tivesse demorado tanto tempo e logo nos informaram que não poderiam abrir outras. Gatiss ainda teve tempo de falar da sua participação em "Game of Thrones" (sob aplausos da plateia), informando que não poderia adiantar muito mas que interpretaria Tycho Nestoris, um personagem menor que apareceria somente em um episódio, "mas ele volta depois nos livros, então existe a possibilidade de eu voltar". Finalizaram com a esperada pergunta: o que ele poderia adiantar sobre a quarta temporada de Sherlock. "Posso adiantar que Sherlock e Doutor Watson irão...aparecer (risos). Não posso dizer nada. Mas posso dizer que nós já pensamos sobre o que iremos fazer nas próximas temporadas, pensamos com bastante detalhes...só falta fazer (risos)."

E às 17h em ponto a conversa foi encerrada. Algumas pessoas correram para a frente do palco para tirar algumas fotos com Gatiss, que atendeu a algumas e logo saiu apressado em direção ao próximo evento, na Livraria Cultura. Foi perseguido por fãs durante todo o trajeto da sala até a van, dizendo "eu preciso ir", mas sorrindo e ouvindo cada um que conseguia furar o bloqueio dos seguranças, e posando para fotos e vídeos enquanto seguia em frente. Consegui pegar Gatiss na descida da escada rolante para uma rápida foto com um celular e ele ainda parou mais adiante para uma foto com outra integrante da nossa equipe, responsáveis pelas fotos que ilustram esta matéria, Daniele Ribeiro. Entrou na van e seguiu seu longo caminho pelo engarrafamento da hora do rush carioca pela orla da Zona Oeste do Rio em direção à Livraria Cultura, no Centro.

Corridíssima foto com o gentil Mark Gatiss

Para saber o que rolou no evento da Livraria Cultura, clique aqui.

Para ler as duas perguntas que fizemos a Gatiss através do Ligado em Série, clique aqui.

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