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[Parte I] Benedict Cumberbatch fala sobre Sherlock no Festival de Literatura de Cheltenham

No dia 06 de outubro, Benedict Cumberbatch compareceu ao prestigiado Festival de Literatura de Cheltenham. Entrevistado pela engraçadíssima, engajada e divertida Louise Brealey (Molly Hooper na série), eles conversaram sobre uma variedade de temas: muts e muitas curiosidades e opiniões sobre Sherlock, informações sobre O Hobbit, August: Osage County, os prós e contras da fama, como se prepara para seus papeis e sua paixão pelo trabalho de caridade que faz para a instituição The Prince's Trust em frente a um público de 2.000 pessoas que vieram de várias partes do mundo para ouvi-lo falar.

A seguir, uma transcrição dos melhores momentos da entrevista (que por ser muito longa, postaremos em partes aqui no blog) e foi traduzida do post original no fansite de Benedict Cumberbatch. Para notícias confiáveis em primeira mão sobre o ator, siga @Cumberbatchweb no Twitter. Leia também um apanhado geral sobre a entrevista no nosso post "Louise Brealey entrevista Benedict Cumberbatch", aqui.

Se preferir, ouça o áudio completo divido em três partes: parte um, parte dois e parte três.


Louise – Dois anos atrás Benedict Cumberbatch era um nome de 6 sílabas bem mantidas em segredo. Todos na televisão britânica e também no teatro sabiam o quão brilhante ele era como ator e agora, graças a Arthur Conan Doyle, ele já trabalhou com Brad Pitt, Meryl Streep, JJ Abrams, Peter Jackson, Steven Spielberg e um cara aí chamado Tom Hiddlestone, Hoje nós iremos conversar sobre os livros, o personagem, sobre a Terceira Temporada, sobre fama e um pouco sobre vocês também, senhoras e senhores por favor uma salva de palmas para o 71o Sherlock Holmes, Benedict Cumberbatch.

Louise – Todo mundo quer que eu pergunte sobre o início da Terceira temporada. Quando você vai começar a deixar o cabelo crescer?
Benedict – Bem, ele está com a cor errada nesse momento mas tinta de cabelo já é uma comodidade disponível na maioria das drogarias hoje em dia. Mas...sem comentários.
Louise – Eu sei o que sei sobre como você sobreviveu e você sabe o que sabe sobre como sobreviveu, será que podemos contar a essas pessoas adoráveis?
Benedict – Nada a declarar. Nada. Nós fomos estritamente instruídos a não dizer nada. Mas o que tem sido extraordinários no último ano é que eu conheci algumas das pessoas mais extraordinárias deste mundo, tanto políticos, soldados que perderam membros lutando por seus países em lugares distantes quanto pessoas lutando contra o pior que a natureza jogou pra eles, pessoas generosas, colegas atores, produtores, diretores e todos eles perguntaram a mesma coisa e você pode ser o Spielberg ou algum outro Steven, o que eu tenho a dizer é...sem comentários!

Eu preciso dizer isso. Não posso contar a vocês. É uma delícia fazer parte de algo que foi criado dessa forma tão intrigante. Segredos são coisas boas de se guardar.
Sobre A Queda de Reichenbach e a curiosidade sobre "como ele fez isso" 

Eu perdi a coisa toda. Saiu no jornal e logo se tornou uma obsessão nacional durante umas duas semanas. É maravilhoso e mostra a enorme atenção e inteligência do nosso público e crítica. É divertido fazer parte disso.
Louise – Você leu Conan Doyle quando era pequeno?
Benedict – Li, mas não tudo. Uma das histórias era obrigatória na escola quando eu era bem novo e foi só quando comecei a interpretá-lo que passei a amar e quando alguém me pergunta como eu me preparo...bom, lá está a fonte mais extraordinária de material porque você tem um espécime em Holmes escrito por um doutor por um doutor [N.SB: Conan Doyle se formou em medicina] então você tem uma visão apurada das características sejam elas psíquicas ou mentais ou atitudes ou humores. É um retrato de ser humano visto bem de perto e um retrato extraordinário.

Depois da primeira temporada, eu estava em um bar e alguém chegou e disse "Oi, você é Sherlock, né?” e eu disse "sim, sim, sou” e era uma sexta a noite e eu estava pensando "Ai deus" e ele virou e disse “é, é eu gosto de você. É bom, é diferente” e aí ele saiu e eu achei que viria um enorme "mas" vindo e ele chegou em mim de novo e disse“Mas aquela coisa que você faz com as mãos, Downey Junior fez aquilo, Brett fez aquilo” e eu disse “Sim, e o cara no livro também faz aquilo!

Mas sem dúvida é um enorme presente para um ator poder trabalhar com uma ficção que é tão bem detalhada em seu retrato sobre o personagem.
Sobre a resistência de Sherlock Holmes ao tempo

Acho que é porque ele deixa o extraordinário comum. Porque você entra num universo onde vê os detalhes mais vastos do que, de outro modo, seria uma jornada mundana onde a maioria de nós fica grudado na maior parte das nossas vidas e de repente este livro de aventuras se destaca e você não sabe onde o seu temperamento e sua análise extraordinárias te levarão.

Watson é o público e você meio que literalmente é tragado e levado à Londres Vitoriana, através da Londres do século 21. E esse é um aspecto, o aspecto mais empolgante acho eu, é o aspecto "o que está acontecendo" já que pra mim muito das deduções são ótimas mas algumas delas não sustentam uma quantidade enorme de análises e se trata mesmo de relacionamento em seu âmago. Eu acho mesmo isso. E tem sido copiado muitas vezes também. Ele é mesmo o arquétipo de todos os grandes detetives.

Eu odeio a palavra "ajudante" e eu tenho certeza que Martin também, porque Watson é muito mais que isso. Ele é o braço direito, seu Boswell*, seu blogueiro.

*N.SB: Retirdo da frase "Eu ficaria perdido sem meu Boswell", dos originais de Conan Doyle, adaptado na série da BBC para "Eu ficaria perdido sem meu blogueiro." Boswell foi um famoso biografista na época de Conan Doyle.
Sobre todos terem ideias pré-concebidas sobre Sherlock e se ele cresceu assistindo [a série de Jeremy] Brett.
Minha mãe e Jeremy Brett eram bons amigos, então eu eu cresci vendo aquela versão, eu me lembro da minha mãe me convidando a ver na TV. Tenho visto mais dele desde que comecei com a nossa encarnação [de Holmes]. Mas quando eu era mais novo, eu ainda estava preso às suas feições de falcão, sua disconexão magistralmente fria, seu físico incrível, o bico maravilhoso no nariz e o cabelo penteado pra trás cheio de gel e os lábios e aqueles olhos levemente loucos que se tornam bem mais loucos em parte pela tragédia na vida de Jeremy e que cabiam bem na performance dele o que era extraordinário mas a um custo terrível ao homem que ele era. Quando me chamaram eu pensei "Eu sou todo errado. Eu tenho esse narizinho retrô", minha mãe só disse "você não tem o nariz adequado."
Sobre as audições
Bem, me falaram sobre e eu pensei "por que consertar algo que ainda não foi quebrado?". Eu estava em dúvida sobre o quão bom seria e qual era o propósito de usar Holmes. Lançar uma franquia, ter bonequinhos, fazer dinheiro. Então eu li o roteiro, eu vi quem estava envolvido nisso e fiquei de cara, No minuto em que eu ouvi que era de Mark e Steven, eu soube que seria algo de qualidade e sabia que eles respeitariam os originais. E eu quis ver o que eles tinham feito e era tão engraçado, e tão à frente e o coração era o incrível relacionamento com Watson. Uma amizade maravilhosa.

Eu me lembro de ir ao apartamento de Beryl Vertue (A Rainha da televisão) em Holland Park, que é uma enorme versão de Baker Street, e ela estava servindo chá e biscoitos e parecia um pouco com Mrs Hudson! Eu acabei entrando na onda e pude ver que eles tinham muita fé na ideia.
Benedict e o ouriço - sessão de autógrafos
Sobre Martin e Benedict terem sido tão bons na primeira leitura do roteiro - eles já tinham trabalhado juntos antes?

Não, nada. Eu li nos testes. Nós conhecemos atores incríveis que trouxeram coisas extraordinárias para o papel, mas quando Martin chegou eu me senti bem mais animado. Completamente e o talento dele não é pouco, ele tem sido justamente reconhecido não só pelas premiações mas também pela crítica, ele pode dominar esse personagem extraordinariamente extravagante e dar um contexto realista a algo que de outra forma, seria bem fantasioso. Não estou falando que ele tem super-poderes mas tem algo mais nele que Martin domina completamente.

É é enriquecedor o confronte como ator também. Porque é frequente que Sherlock se perca nas suas tangentes e não fique naquela coisa comum de "eu falo e você responde", então pode acontecer de eu estar falando meia página de diálogo e Martin vai responder com um "olhar amargo".
Louise – Qual a melhor parte de filmar Sherlock para você?
Benedict – Você.
Terminar uma dedução quando quer que eu tenha terminado, é sempre bom, toda hora que eu preciso correr e me divertir e viver um pouco a coisa do herói de ação - que eu amo - é bem divertido, como um garoto e seus brinquedos, e quando eu tenho um diálogo bate-bola com Martin, quando eu tenho aqueles diálogos com ele. (Falando sobre o prazer de poder humanizar Sherlock) é bem satisfatório como ator poder mostrar vulnerabilidade. Não o tempo todo porque ele é um personagem que está sempre um passo à frente e a comédia funciona muito bem com isso, assim como as suas proezas e seu brilhantismo mas tem momentos onde ele entende as coisas errado e ele precisa dar o braço a torcer e eu adoro esses momentos. O que mais que eu gosto? O sobretudo. O sobretudo é legal. Não no verão. Dirigir o land rover é divertido, atirar é sempre bom, falar rápido e falar as palavras certas é sempre um dos sentimentos mais maravilhosos no mundo e...você!

Clique aqui para ler a Parte II, onde Benedict Cumberbatch fala sobre o set de filmagem de Sherlock, a cena do telhado em "A Queda de Reichenbach", sobre ser mais parecido com Watson que com Sherlock, a fama e os personagens de época que faz.

3 comentários:

  1. Gente!!! a cada dia que passa acho esse homem mais fofo!!!

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  2. Como ele pôde ficar praticamente "desconhecido" durante tanto tempo??!! Nunca saberemos... rsrs!!

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