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Benedict Cumberbatch diz que interferência do público na série faz o trabalho perder a graça


"Eu não sabia que [Sherlock] seria um sucesso tão grande", Cumberbatch confessou em entrevista a Scott Feinberg no podcast Awards Chatter, da Hollywood Report. Quando a primeira temporada de Sherlock foi ao ar na BBC em 2010, excedeu até a expectativa mais otimista sobre o potencial de audiência da série, "foi uma loucura", ele relembra. Quatro temporadas se passaram, trazendo a ele várias indicações ao Emmy - que ganhou por seu trabalho na terceira temporada. "Tem sido uma jornada maravilhosa", ele disse, completando "as coisas boas que vêm com isso são fantásticas; as coisas ruins são fantasticamente terríveis". Da noite para o dia, Sherlock transformou Cumberbatch em uma celebridade reverenciada por uma legião de fãs.
Confira trechos da conversa:

"Sherlock Holmes era um personagem que eu queria interpretar. E tem sido uma jornada extraordinária", ele disse sobre ter sido escalado para o papel. "Eu sabia que o humor funcionava bem. Eu sabia que a dinâmica entre ele e o Watson seriam a dinâmica do programa, eu sabia um pouquinho sobre o que eu queria fazer com o papel no século XXI, eu sabia que ele teria que pensar e falar rápido -- ele teria que falar tão rápido quanto pensa". 

Expectativa e projeções dos fãs

"Eu teria que cavar quem essa pessoa seria no século 21. Há umas nuances fascinantes em que muitas pessoas projetam se ele é um sociopata, ou se é autista, se é assexual, se ele é todas esses rótulos – rótulos não, são coisas reais e não apenas rótulos – mas tantos termos para descrever alguém e eu meio que sentia que tinha uma espécie de segredo guardado, cada vez que diziam isso eu pensava 'sim, mas eu sei um pouco mais a respeito disso que você', então não posso ser alguém que projeta.

Perdendo a graça

"É uma coisa extraordinária. Muitas pessoas se associam a ele através de uma relação muito forte, algumas vezes obsessiva. Chega ao ponto em que toda vez que você está indo na direção para a qual sempre esteve indo, ou quando tem seus próprios pontos de vista, algumas pessoas ficam chateadas porque elas tinham suas próprias conclusões a respeito da série, como se pertencesse a elas. E é aí que pra mim o trabalho começa a perder um pouco da graça.

Quando as pessoas estão projetando suas próprias coisas na série?

Quando você não pode fazer o que você está fazendo sem que outras pessoas fiquem dizendo que você deveria estar fazendo outra coisa. É claro que há coisas que estão escritas e que fazem parte do personagem, mas a gente não estaria fazendo isso se fosse pra ser tudo igual."

Audiência viva

"O que eu adoro em Sherlock é que vai de um público familiar, três gerações de pessoas que se sentam juntas na frente da TV durante três semanas para assistir --  se torna um evento televisivo e é isso -- até os outros, que hackeiam [se referindo aos streamings ilegais] ou que ficam comentando enquanto assistem. Isso é algo que eu não havia me dado conta que existia quando o primeiro episódio foi ao ar. Existe uma audiência viva, sabe, não é como era antigamente em que você tinha que esperar as resenhas no final de semana ou saírem os números da audiência, você consegue sentir a reação deles instantaneamente devido a ferramentas que eu nunca tinha ouvido falar, como o Twitter e todas as outras."

Partes ruins do sucesso

"Quando fizemos o piloto, eu sabia que seria uma série bem-sucedida, que iria chegar a outros países, assim como várias outras encarnações de Sherlock Holmes chegam. Eu sabia que estávamos fazendo algo popular, com um apelo de massa. Mas não fazia a menor ideia que iria se tornar tão grande do jeito que é. Se eu teria aceitado fazer se soubesse que seria assim? É impossível saber. Eu sinto um enorme prazer de verdade, como senti fazendo a última temporada, sinto prazer com o desafio que é interpretar Sherlock, As coisas boas que vêm a reboque são fantásticas. As coisas ruins são fantasticamente terríveis, mas sabe....

E quais são as partes ruins?
A falta de privacidade, a noção de que você pertence a todo mundo e as pessoas que não estão interessadas no que você tem a dizer sobre nada e aí ficam com raiva de você porque elas não querem quem você é mas alguém diferente."

Para ouvir o podcast completo, clique aqui. A entrevista com Benedict começa a partir dos 38 minutos e a conversa sobre Sherlock, a partir dos 50.

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