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Comic Con: Em último painel, Steven Moffat e Mark Gatiss falam sobre representatividade na TV


A Comic-Con de San Diego de 2016 foi um sonho para fãs de Sherlock: nada menos que três painéis sobre a série aconteceram durante o evento, contando com a ilustre presença de Benedict Cumberbatch no principal, aquele que acontece no disputado Hall H.

No primeiro, Steven Moffat definiu a quarta temporada como "Terminal" e fez questão de esclarecer aos fãs de que um relacionamento amoroso entre John e Sherlock não é algo planejado para acontecer na série [leia aqui]. Já no painel principal, vimos o primeiro trailer da próxima temporada e pudemos confirmar que aquela história desta ser a temporada mais obscura da série parece ser verdade. Além disso, 3 curiosos nomes foram revelados para cada episódio - a gente mostra tudo isso nessa matéria aqui.

Algumas horas depois, a equipe Sherlock foi ao palco do Nerd HQ para um bate-papo divertido, todo baseado em perguntas de fãs. O painel foi transmitido ao vivo e você pode assistir à gravação completa (sem legendas) no fim do post.


Desde que foi convidado a participar de um painel do Nerdist TV com Bryan Fuller e Michael Green, Steven Moffat tem comentado sobre a importância da representatividade na TV. Desta vez, um fã perguntou se veríamos esse tema ser tratado de forma na quarta temporada, e como esse é um assunto importante, resolvemos transcrever diretamente o que Mark Gatiss e Steven Moffat responderam, vem ver:

Pergunta: Com Star Trek e First Class houve uma grande introdução de personagens LGBT, não só pra tirá-los do armário enquanto LGBT... -- e eu não estou falando sobre Sherlock ou Watson aqui mas podemos esperar por algum personagem que trate de representatividade na próxima temporada? Não especificamente mostrando alguém saindo do armário, mas [falo] sobre ter [um personagem gay] na série, não de uma forma velada mas também nada escancarado, entende o que quero dizer?

Mark Gatiss: " Nessa temporada, não. Mas não por uma questão de política de princípios, obviamente. Estávamos falando sobre isso outro dia - para mim, particularmente, como um homem gay, o problema é fazer disso uma responsabilidade, colocando tudo o que você acha importante em todos os filmes. É muito complicado ter um vilão personagem gay porque o perigo nessa situação é pensarem que 'Oh! Então você está dizendo que pessoas gays são más'. O ponto é que todos temos um pouco de tudo, assim é a vida. Obviamente quando se trata de temas com pouca representatividade, essa é uma responsabilidade maior. Mas acredito que existam mais e precisamos ser mais maduros quanto a isso, sermos permitidos a dizer você pode um bissexual mal humorado, você pode ser um gay que luta pela causa, todo tipo de coisa. Mas não temos nenhum tipo de agenda sobre esse assunto, nós apenas estamos fazendo a série que estamos fazendo, não significa que iremos fazer um personagem se assumir [gay] na história, só por fazer."

Steven Moffat: "Tem que ser feito com uma inteligência delicada. A realidade é que séries como Sherlock e Doctor Who é que é improvável que a questão sobre com quem você quer se relacionar apareça no meio de uma crise, entende? 'Estamos sendo atacados por insetos da nona dimensão e [muda o tom de voz] quero namorar gente do mesmo sexo'. Tipo, 'É o que? Por que? Acho que isso não é tão relevante agora' [risos da plateia].

Pessoas vem e vão na sua vida quando você está trabalhando em um programa de TV e, falando de forma geral, eu não sei se as pessoas com quem trabalho são gays ou héteros até o dia da festa de encerramento. Isso não é algo que ocorre em conversas triviais, assim como também não é o tipo de conversas que ocorrem em Sherlock ou Doctor Who. Mas acredito que seja importante que crianças que assistam a programas de TV tenham a chance de se verem representadas em cena. Eu acho que isso é importante. É muito, muito importante. 

Mas é bom acrescentar que tem que ser feito de uma forma que não pareça que você tá fazendo isso como uma forma de perdoá-las, muitas vezes soa como: essa pessoa é gay, mas é uma pessoa perfeitamente normal. Para uma criança você tá dizendo: 'eu não sabia que isso [ser uma pessoa normal] estava em questionamento, eu não sabia que havia alguma dúvida até esse momento', então, você precisa ser muito cuidadoso com isso. Mas sim, a representatividade é muito importante e a verdade é que é algo que os programas de TV precisam aprimorar."


Os outros destaques do bate-papo foram:

Amanda foi perguntada sobre como seria para Mary equilibrar o fato de ser mãe com as aventuras em que Sherlock e John se metem.

"Eu tenho dois filhos e eu trabalho e eu...equilibro entre Sherlock e John [risos] não, não desse jeito! Mary é determinada e ela vai dar um jeito, porque é fodona."

Sue Vertue e Amanda Abbington contando sobre risos em cenas indevidas

Sue falou sobre uma cena (que Steven não deixou ela contar qual), em que no momento em que estava assistindo ao ensaio, a pessoa responsável pelo figurino começou a rir e outras começaram a  rir e ela tb e não era o momento apropriado.

Amanda disse que ela teve uma experiência parecida. Ela contou que estava gravando com Martin e Benedict no 221B e que eles tinham que terminar logo porque o tempo estava acabando. Mas aí Benedict fez algo, que ela disse não se lembrar o que era mas que deu muita vontade de rir - o problema é que a cena não tinha nada a ver com comédia!

"Você tem que acompanhar e aí você tenta fazer seu take de novo. Só que assim que eles disseram 'ação' Martin ficou tipo [imita Martin segurando o riso] e aí Ben ficou tipo [imita Ben disfarçando o riso] e eu só comecei a rir [encena risos]. Foram necessários 5 takes para conseguirmos fazer a cena direito." Ela disse ainda ter ficado em pânico achando que não conseguiria fazer a cena e só iria rir "para sempre", até que alguém chegou e conseguiu colocar tudo no eixo. Sue Vertue brincou: "Isso vai entrar no DVD".

Amanda imitando a cara de Martin
Desafios

Perguntada sobre desafios das gravações, Amanda disse que na TV há muitos momentos em que você só fica esperando as gravações das próximas cenas e não há muito tempo para repeti-las muitas vezes, então o ator precisa chegar já sabendo o que vai fazer antecipadamente. "Você passa muito tempo só sentada esperando e..."


Fã: "Parece que sentar é a coisa mais desafiadora [risos]"

Amanda: "Sim, existir [já é desafiador]. Ser eu já é bem desafiador."

Já Mark Gatiss mencionou novamente a cena importante que Benedict e Martin gravarão amanhã  e usou isso como exemplo para falar sobre cenas importantes em geral, que costumam ser gravadas de uma vez só e, depois, cada ator repete sua parte individualmente. Segundo ele, é um desafio fazer tudo com a mesma intensidade, já que há tantas pausas. "Sempre que há visitas ao set as pessoas se dividem em dois grupos: aquelas que ficam fascinadas pelo processo e aquelas que não conseguem acreditar como uma cena pode ser feita tantas vezes", disse.

Sobre teorias malucas do fandom

Ao fazer sua pergunta, uma fã na plateia brincou dizendo que o Tumblr estava tentando decifrar cada segundo do novo trailer. Isso inspirou Gatiss a contar que fizeram uma pergunta a Moffat que deixou ambos perplexos: perguntaram se eles tinham "planejado desde sempre trazer Irene Adler de volta". Eles ficaram sem entender nada. A explicação: aparece uma cena e, pelas unhas, e as pessoas já acreditaram que significava o retorno de Irene Adler. (!!!!)


Para finalizar, Mark Gatiss garantiu que veremos bastante Mycroft nessa temporada!

Ainda não viu o trailer? Então clica aqui para assistir a versão legendada em português.

Já viu como Gatiss e Moffat decidiram quem eles levariam para a Comic Con? A esquete é hilária e também tá legendada em português aqui.

Assista ao painel do Nerd HQ completo (sem legendas)



Leia nossa cobertura completa da ComicCon:

Painel 01: Moffat define a T4 como "terminal", desmente relacionamento entre John e Sherlock e Amanda dá pistas sobre o futuro de Mary: http://goo.gl/XZCwDe

Painel 02: Os 3 nomes que definem os 3 episódios da T4 (e o que eles devem significar), o teaser legendado + "eu nunca disse que seria a última temporada": http://goo.gl/svTZal

Painel 03: Representatividade foi um dos assuntos abordados: "É muito importante, mas não trataremos desse assunto nessa temporada" http://goo.gl/KoF3Gr

Entrevista completa: Steven Moffat e Mark Gatiss desmentem a teoria Johnlock: aqui

Vídeo: Esquete hilária mostra como foram escolhidos os atores que participaram do evento: https://goo.gl/GTTgVo

Fotos: https://goo.gl/SeV1E6

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